Numa empresa, tomar decisões que envolvam o destino de pessoas pode ser uma experiência extremamente marcante, particularmente se forem feitas sem a qualidade suficiente para se dormir tranquilamente sobre o que foi feito
Duvidar se sua decisão terminou por bonificar ou punir pessoas meramente pela sorte ou azar delas e uma das situações que os gestores passam mais cedo ou mais tarde.
Existem várias formas de decidir; se você pesquisar (por exemplo, neste artigo bem completo ⇾ link) verá que o comum é uma abordagem por situação de decisão, como grandes decisões, estratégicas, táticas, individuais.
Vou compartilhar com você um caminho menos ortodoxo e baseado muito mais em como as decisões ocorrem do que em sua natureza, por entender que o modo afeta muito mais a qualidade da decisão do que a demandou, metaforicamente falando; a chave de fenda atua para consertar a cadeira da cozinha ou o motor de avião.
Então baseado em livros como; Thinking, fast and slow / How we decide / The Art of Thinking Clearly/ Nudge e outros tantos que tenho utilizado no meu entendimento sobre decisões, prefiro considerar que as formas que as decisões ocorrem são:
Emocional
São aquelas que vão além dos números, como manter um funcionário menos competente no lugar de outro com mais potencial, porque o primeiro terá dificuldades de recolocação, é o sustento da família e coisas assim.
Instintiva
Aquelas que tomamos rapidamente e para situações novas, como aceitar uma contraproposta complexa de um cliente, após horas de reunião para conseguirmos avançar com a venda.
Aleatória
As que não percebemos diferenças ou somos incapazes de julgar as alternativas possíveis, por exemplo, decidir entre dois sistemas com preços similares, mas com diversas potencialidades distintas e não solicitadas, portanto, as decisões A ou B seriam ambas válidas podendo qualquer uma delas ser escolhida.
Analítica
Baseada em uma análise com critérios, racionalidade demonstrável e capazes de serem medidas
Intuitiva
Ocorrem em situações de decisão rápida que são consideradas conhecidas ou percebidas como similares a outras, ou seja, a decisão é tomada num ambiente de irreal de conforto
Históricas
Utilizadas para situações percebidas como iguais ou similares através de análise da situação.
Qual é a melhor?
Nenhuma das formas acima é melhor ou pior por si mesmo, elas são adequadas em determinadas situações e pouco ou nada adequadas em outras. Os problemas ocorrem principalmente quando não temos claro o que se está fazendo e as confundimos.
Situações equivocadas comuns
As trocas mais comuns são:
Analítica no lugar da emocional: nesse caso escondemos decisões emocionais, escolhendo e explicando opções por detalhes que são irrelevantes ou irreais. Por exemplo, o fornecedor A em detrimento do fornecedor B. Explicando a decisão por A como sendo mais qualificado quando, por exemplo, a diferenciação ocorreu somente por antipatia por B.
Intuitiva no lugar de Instintiva: se dá quando tratamos uma situação nova como conhecida por similaridades irrelevantes, comodidade ou pressões. Por exemplo, aceitamos uma contraproposta surpreendente, de um comprador durante uma reunião, e não conhecemos a capacidade de entregar ou não o que ele pede, por que existe uma pressão grande de cumprir determinada cota.
Analítica no lugar de histórica: esta é a mais comum e mais "perigosa" e costuma ocorrer quando a análise é inconsistente e a decisão se dá pela ilusão de ser algo conhecido, mas que não entanto não o é, por exemplo, mudança de um sistema tratada da mesma forma que outra mudança de sistema ocorrida, tempos atrás.
Existem outras possíveis trocas (21 combinações)
O problema oriundos desses equívocos
Tomar decisões com bases erradas tem um grande peso sobre as lideranças particularmente quanto impacta a vida de pessoas.
O líder ético ao perceber, consciente ou inconscientemente, seu equivoco por inconsistência de sua decisão ficará sob peso do impacto indevido ou injusto sobre alguém, além do temor da decisão equivocada ser questionada pela hierarquia.
A solução
O teste de "sanidade" da decisão que esta sendo proposta, normalmente é a solução mais simples, esse teste é mais efetivo quando feito por pessoa não envolvida na decisão e que, possa, basicamente buscasse colocar a lógica e pontos principais da proposta em cheque. Outra forma é realizar um teste (antítese) aplicando a decisão oposta da tomada e extrapolar as consequências da mesma comparando os dois resultados. Talvez isto soe simplista para alguns e até ofensivo para as lideranças que acreditam e vendem sua infabibilidade.
Porém, os benefícios no ambiente empresarial é enorme ao garantir que o melhor para todos ocorreu realmente.
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