
Desafio: Quanto essa área trouxe de retorno sobre os investimentos nos últimos meses? Quanto dos participantes das últimas atividades estão utilizando o que aprenderam? Se os últimos treinamentos não tivessem ocorridos o que teria acontecido?
Geralmente as respostas serão: o número de pessoas treinadas, ou horas de treinamento num dado assunto, a satisfação dos treinandos e dos gestores, o baixo custo e/ou o pouco tempo gasto por pessoa do que foi feito… ou, não é assim?
Não se preocupe, esse tipo de situação é bem comum, por exemplo, é mais fácil construir um hospital que providenciar saneamento básico e boa alimentação. Pagar uma academia é mais fácil que ganhar músculos, assim como é bem mais fácil prover treinamentos que gerir mudanças.
Primeiro vamos esclarecer alguns pontos sobre a maioria dos treinamentos corporativos:
Treinamentos não garantem conhecimento
Como você sabe, as pessoas não gostam de serem avaliadas e desenvolver avaliações que meçam o conhecimento importante absorvido, dá muito trabalho. Assim a maioria dos treinamentos, pouco ou nada medem para garantir que de fato ocorreu aprendizagem. No melhor caso perguntasse ao final: você aprendeu e quanto?
Treinamentos não garantem aplicação.
Por mais que o conteúdo tenha sido desenvolvido corretamente, e supondo que as pessoas absorveram o conhecimento, a aplicação desse conhecimento é uma incógnita que deixamos para o gestor da área relacionada. Se você é da área deve ter ouvido uma dezena de vezes...Ah, se meu gestor estivesse aqui para aprender isso e deixasse a gente usar...
Treinamento não garantem resultado
Se não garantem conhecimento, nem utilização por que acreditar que trazem resultados? Na verdade, é quase um exercício de fé e crença numa pílula mágica. Mas diga-se a verdade, às vezes placebo ajuda.
Então treinar adianta ou não?
Depende, metaforicamente falando, se você for um dia na academia e correr 5 km na esteira, você esperaria estar mais magro no dia seguinte? Mas não é exatamente isso o que ocorre na maioria dos treinamentos corporativos? Damos 8 ou 30 horas de curso e pronto...
Com os treinamentos é a mesma coisa, se os treinamentos fossem recorrentes e simulassem uma dada situação, é muito provável que você comece a perceber resultados nas pessoas. Isso é o que atletas, militares, médicos e pilotos fazem.
Outra forma de fazer os treinamentos serem significativos seria cuidar da aplicação real, isso quer dizer envolver a gestão, incentivar e facilitar esse uso. Isso é que se faz por exemplo em estágios, on-job-training, numa residência médica, ou sendo copiloto num avião.
Então o que além de treinar?
Assim como na metáfora da academia, é necessário focar no resultado esperado e daí utilizar o que for necessário, inclusive treinamento.
Se você for uma escola, ensinar e medir o aprendido e boa parte do seu negócio, numa empresa isso não é verdade em 99% dos casos. As pessoas são treinadas por que se espera uma dada mudança. Basicamente que essas pessoas façam mais, melhor, corretamente ou de forma diferente.
Assim dependendo do caso, além de ir muitas vezes na academia, você vai precisar mudar alguns hábitos e talvez até precise de ajuda externa como um coach, um nutricionista, um médico ou até um psicólogo. Lógico dependendo do caso só a academia bastará. Mas veja que mesmo uma academia que é recorrente é muito mais do que um treinamento corporativo solto, que é como ir jogar bola num fim de semana.
Numa empresa as vezes, temos sistemas que atrapalham, processos confusos, gestores que não são gestores, falta de comunicação e incentivos errados. Se essas coisas não forem consideradas a chance de qualquer treinamento, por melhor que seja, ser ineficaz é muito grande.
Mas temos que admitir, que assim como acontece com alimentação, às vezes “Junk food” é a única opção, como às vezes o treinamento sem nenhuma outra ação é o que se tem, e entre só treinar ou nada, melhor treinar.
Foque no que se quer e não na ferramenta mais a mão
Estamos todos bombardeados de informações, demandas e ambiguidades, mas isso não deveria ser justificativa para se desperdiçar recursos, metaforicamente, é como abrir mão de comida saudável e comer “junk food” porque é mais fácil ou mais barato, tudo bem, uma vez ou outra, ou se realmente não há outra opção. O problema, é que muitas vezes, olhar os treinamentos como a solução, vira rotina e em vez de gastarmos um pouco mais de tempo e energia com o trabalho sobre a mudança esperada, vamos com mais do mesmo, indiferentemente ao que se obterá com isso.
Novamente comparando com a comida, quando comer o que está mais a mão e mais barato vira rotina, você vai acabar gastando mais na farmácia, no hospital, na academia, ou vai encerrar seu tempo por aqui muito antes do esperado. Assim como nas empresas, que acabam por terem que fazer outros investimentos mais pesados como contratarem outras pessoas, se reestruturarem, implantarem sistemas complexos para compensar investimentos menores e contínuos que não foram feitos.
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