Todos; empresas, equipes e pessoas; passamos por situações desafiadoras, algumas que buscamos como um novo mercado ou nova área profissional, outras que nos são impostas como uma demissão ou acidente.
Em todos os casos, a atitude em relação ao desafio é chave para superá-lo, as abordagens mais comuns são:
a) Corrigir – Atuamos sobre o que não está como gostaríamos.
b) Reforçar – Ampliamos o que está funcionando bem
c) Torcer – Esperamos que algo externo aconteça.
d) Aguardar – Acreditamos que o desafio será resolvido pelo tempo
e) Desistir – Abandonamos expectativas de que o desafio seja superado por qualquer das alternativas acima
Essas abordagens são todas validas, porém dependendo do desafio e do contexto, uma ou outra será mais eficaz… o problema ocorre quando adotamos uma abordagem pelo senso comum indiferentemente ao contexto ou atacamos o desafio errado.
O uso dessas abordagens, correta ou equivocadamente, é observável quando queremos que a performance de um colaborador melhore.
A abordagem “normal” é estampada nos levantamentos de necessidades anuais dos departamentos e feedbacks dos gestores; é a de corrigir o tal “gap”, mesmo quando o nome dado dessa ação é desenvolvimento.
Resquício do ambiente industrial, o conceito de correção e adequação a padrões é perfeito para processos e objetos.
Para pessoas, é uma fonte de estresse e desperdício de energia, com raras exceções.
Estudos associados a psicologia positiva e facilmente observáveis, indicam que os resultados de reforços positivos e incentivos às qualidades são muito mais efetivos, para as pessoas e para as empresas. Está em dúvida, basta experimentar com pessoas do seu contato, exalte uma qualidade (real, não invente, pois, soará falso) de alguém e veja o nível de energia dessa pessoa aumentar rapidamente.
Quer outro exemplo prático e simples, se você gosta de ler ou praticar um esporte, compare como flui a sua leitura ou treino daquilo que você gosta com o exercício de ler algo muito diferente do habitual ou treinar um esporte totalmente diferente. A sensação de como o tempo passará para você durante esse exercício é um grande indicador do que estou dizendo. Escolha livros e esportes realmente diferentes para você, os menos interessantes (para você) ilustrarão melhor a ideia do que quero te passar.
Mas voltemos ao mundo corporativo, sim, existem conhecimentos e competências que “devemos ter” como as relacionadas com “compliance”, de segurança ou de cultura corporativa, mas essas não são realmente abertas ou opcionais.
Saindo dessas competências e conhecimentos “obrigatórios” os demais e particularmente aquilo que é distante de nossas características “naturais” demandam muita energia com baixos resultados. Você pode descobrir competências naturais para você através de avaliações como os “big 5”, de forças de caráter e outras similares.
Ressaltando e resumindo, estou dizendo que os estudos provam ser muito mais fácil melhorar do que mudar, e que você deveria pensar duas vezes na próxima vez que seu chefe pedir para você ser mais analítico que emocional nos seus relacionamentos com clientes. Será mais simples e efetivo mudar de chefe.
No entanto, se seu chefe pedir para você analisar como usar melhor suas emoções no relacionamento com clientes, a conversa é outra, e o limitador passa a ser seu "mindset" ou crença pessoal sobre a sua capacidade de melhorar.
Esportistas de sucesso treinam muito para melhorar progressivamente até atingirem seus limites reais, o mundo corporativo, muitas vezes se esquece desse exemplo e faz, metaforicamente falando, grandes esforços para tornar excelentes nadadores em jogadores de rúgbi, ficando no final com péssimos jogadores e nadadores.
E sua empresa, investe em formações desconectadas da natureza das pessoas e focadas puramente nas necessidades dos negócios?
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