A questão
A ausência de medida do retorno do investimento em formação, não é mais que um sintoma da manutenção de uma narrativa mágica. Ao final do ano poucos lembrarão algo significativo do que foi passado durantes os cursos nesse modelo escolar "pobre"
O conto da carochinha corporativo
Nessa história, o modelo escolar mais simples; entrega de conteúdo, expectativa de aprendizagem, medição e titulação. Foi copiado, reduzido em tempo e simplificado com a troca de medição pela simples participação. Boa parte das universidades corporativas amplificou e consolidou esse modelo com cadeias de cursos orientadas a uma titulação ou função.
Obviamente os resultados são quase acidentais e circunstanciais, dependentes de aspectos não controlados ou considerados, levando à crença (confortável) da grande dificuldade de medição.
Uma ressalva antes de continuar
Um curso é melhor que nenhum curso, e minimamente algo se melhora, com um novo conhecimento!
O círculo vicioso
Como o modelo é carente de resultados concretos que se possam apresentar, os recursos vão sendo redirecionados para investimentos mais "concretos" como sistemas e restruturações. Com essas reduções de investimentos na formação, a qualidade da formação e do pessoal envolvido também decai, reduzindo ainda mais a possibilidade de resultados.
Tal ciclo é normalmente quebrado, por eventos externos como novas lideranças ou mudanças organizacionais significativas.
Algo melhor sem inventar nenhuma roda
Um modelo de formação que foi criado pela necessidade de evitar perdas graves já existe e é aplicado há muitas décadas em escolas de medicinas, pilotagem, militares, etc.
Esse modelo apesar de aparentemente mais caro, garante resultados e certifica a capacidade dos indivíduos evitando muitas perdas econômicas e de vidas.
Se olharmos o modelo de formação medica veremos uma estrutura similar como da figura abaixo:
Se aprende, o que foi aprendido é simulado, o que foi simulado é aplicado com supervisão, o que foi aplicado leva a qualidade do que será feito ou performance.
Tenho certeza que você não gostaria de ir para um pronto-socorro onde o platonista tivesse feito somente a parte de aprendizagem
Empresas tem experimentado seu uso com sucesso em alguns de seus programas, mas por miopia orçamentária e insegurança os restringem a grupos muito específicos.
Mas se é bom e não é novo, por que não é a norma?
Minha humilde opinião é que 3 fatores vão contra esse caminho:
Implica em mais investimento no pessoal que gestiona isso, leia-se área de desenvolvimento, para poderem desenhar, acompanhar e aplicar isso. Devido à complexidade e necessidade de entender o negócio demanda mais senioridade, leia-se custos.
Pede mais envolvimento dos gestores, sendo mais valorizados por resultados imediatos do que por qualificação de pessoal
Industria de cursos, que vive de cursos, LMS e outras parafernálias bem legais
Essa é minha opinião e você o que acha?
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