Antes que você julgue que estou só vendendo meu peixe, saiba que na maior parte da minha carreira fui um requisitante; tive que aprender na prática a avaliar a compra de serviços de fornecedores nacionais, regionais e globais. Sempre tendo que espremer o orçamento e convencer os gregos e troianos corporativos de que era um bom negócio trazer pessoal de fora. Hoje, já no papel de fornecedor me deparo com empresas fazendo gastos ou economias duvidosas, então espero te ajudar a refletir sobre quando é hora de pedir ajuda ou quando será melhor usar recursos internos.
Assim como na manutenção de nossas casas e carros; existem momentos em que economizamos e somos mais ágeis fazendo por nós mesmo o que for necessário e em outros momentos é muito melhor chamar alguém com mais experiência, tempo, recursos ou mesmo distanciamento da questão.
Vamos observar as cinco principais razões para você pedir ou não a ajuda externa:
1) os caminhos internos foram esgotados.
Esta é a situação mais difícil de admitir, pois, exige humildade para dizer: — "Fui até onde pude, agora é pedir socorro!"
Tudo bem, você vai ter que decidir o que é mais importante, seu orgulho ou o resultado.
O grande risco é esticar demais a corda e não existir mais prazo algum para trazer alguém de fora, depois que descobriu de que não vai conseguir.
Para evitar isso, trabalhe o plano B antes que ele seja necessário. Levante possíveis fornecedores, seus prazos e preços, já no início para o projeto.
No mínimo você receberá boas ideias, sobre o que fazer e os riscos. Mas não abuse dos fornecedores, por favor.
2) Faltam recursos internos para analisar e/ou solucionar os problemas
Esta é a razão mais simples e comum, não se percebe forma de fazer internamente ou muitas vezes os recursos internos estão alocados com coisa mais importantes, ou para as quais tem mais competência.
A dificuldade maior está mais em tratar honesta e friamente a comparação entre os custos e benefícios de utilizar recursos internos ou externos.
Já como consultor, percebi empresas que acreditavam estar economizando, deslocando recursos das suas funções chaves, para diminuir custos. Na realidade; estavam confundindo ou escondendo custos de curto prazo visíveis (recursos externos) com despesas ocultas de médio prazo (atividades chaves não realizadas).
3) os recursos internos responsáveis por analisar ou implantar podem ser parciais nas propostas de soluções
Anedoticamente, se você estiver com falta de ar e for consultar médicos com especialidades diferentes, receberá respostas distintas. O cardiologista pedirá um eletrocardiograma e o psiquiatra te dará ansiolíticos.
Nas empresas grandes isso ocorre muito, particularmente naquelas organizações já muito departamentalizadas. Elas normalmente atacam os sintomas associados a cada área de especialidade, carecendo de uma visão sistêmica.
Nessas situações um recurso externo ou independente, se devidamente selecionado, pode trazer soluções para o problema e evitar vieses de especialidade focadas em sintomas, particularmente para o desenho e gerenciamento do projeto.
Abordagens no modelo SCRUM ou Agile podem ser alternativas para lidar com a situação.
Nesses casos recursos internos podem e devem ser usados na execução dos projetos onde as especialidades das áreas se encaixem.
4) Quando existe muita resistência às mudanças necessárias.
Algumas mudanças são percebidas ou são realmente dolorosas, particularmente quando tocam em estruturas de poder, desvalorização de alguma(s) competência(s) e demissões.
Nessas horas costuma ser mais fácil trazer uma visão externa, que poderá trazer racionalidade e o devido distanciamento do status quo das pessoas e organizações. Não menos importante é que esses elementos externos não terão que conviver com as pessoas e com as consequências dessas mudanças, podendo viver como os vilões externos.
5) é incerto; se as propostas de soluções internas são devidas às capacidades atuais ou a super estimação de competências das lideranças.
Talvez, a situação mais complexa de lidar.
Diferentemente da situação 3 causada por “excesso” de especialistas, ou da situação 2 focada explicitamente em custos. Neste caso lideranças inseguras, super otimistas, hiper confiantes ou carreiristas; vão preferir brincar de MacGyver (personagem de uma série de TV que consertava carros com chiclete e clipes) do que admitir que não tem condições de realizar o necessário de forma adequada e de pedir recursos extras. Pois, temem serem visto como incapazes ou pior não conseguem perceber a ausência de competência para lidar com o problema.
Neste caso somente uma liderança de nível superior, poderá chamar a razão, perceber a insegurança ou imaturidades dos seus liderados e buscar a ajuda correta.
6) Sugestão final
Por último e não menos importante, é estar ciente que para 95 fornecedores honestos que surgirão outros 5 totalmente focados no próprio lucro e pouco preocupado com as necessidades de seus clientes, vão apresentar soluções paliativas lindamente embaladas
De mais atenção, particularmente com os produtos de prateleira ou massificados, afinal nem um rio corre duas vezes no mesmo lugar, nem duas empresas tem problemas exatamente iguais.
5) É incerto; se as propostas de soluções internas são devidas às capacidades atuais ou a super estimação de competências das lideranças.
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