O modelo de criar e entregar treinamentos, boa parte das Universidades corporativas e Sistemas de gestão de aprendizagem ou "LMS" em inglês pressupõem que um determinado grupo será preparado para uma situação ou ambiente que se conhece e que os backgrounds das pessoas são similares. Mas, isso ainda é verdade na sua empresa? E se for, vai se manter assim? Ou cada vez mais sua empresa, terá uma crescente diversidade de necessidades, de pessoas e ambientes de trabalho mutantes.
Acredito que os sinais ou razões para você avaliar o modelo de desenvolvimento na sua empresa são:
A entrega de treinamentos cada vez mais curtos, seja por questões de disponibilidade de tempo, pessoal e orçamento, retirou deles tempos de prática e avaliação, levando-os em grande parte a serem, no melhor casos, formas rápidas de informar sobre técnicas e conteúdo. Assim criasse uma falácia baseada no pouco é melhor que nada ou popularmente o tal de "menos e mais", quando o fato nesse caso é de que esse menos (profundidade, tempo de aprendizagem e prática) é menos mesmo (conhecimento, habilidade e capacidade).
Técnicas de trabalho cada vez mais comuns, como "SCRUM" e "Lean" surgiram pela dificuldade de trabalhar em linhas produtivas convencionais para atender as demandas atuais do mercado. O modelo de linhas produtivas, tinha grupos com funções muito claras e específicas, que tinham também descrições de cargos e competências estáveis. Isso criava um cenário de previsibilidade já que o foco era interno onde se tinha muito mais gestão e não externo.
Hoje buscasse toda categoria de diversidade nos ambientes de trabalho, e com isso temos cada vez mais bases de conhecimentos e formas de aprender distintos, causando grandes dificuldades em definir um conteúdo que sirva para todos. As pessoas apreendem de forma incremental, por necessidade e em velocidade distintas. Cada pessoa tem formas mais eficazes de apreender. Quanto mais os grupos se diversificam, mais essas questões se somam.
Com exceção de conhecimentos (realmente) únicos de cada empresa, existe alta disponibilidade de conteúdo online por baixo custo, esses conteúdos, tem em sua maioria valores mais baixos em comparação com conteúdos adquiridos exclusivamente para a empresa. Hoje você encontra dezenas de milhares de cursos disponíveis na web, plataformas como Coursera e Edx oferecem inclusive certificações de renomadas instituições de ensino. Mesmo o desconhecimento de Idiomas estrangeiros que era uma antiga limitação tem sido muito minimizada por sistemas automáticos de geração de legendas.
A relação de trabalho está mudando com um mix de terceiros, pessoas jurídicas, freelancers e pessoal com situação permanente de trabalho remoto em tempo integral ou parcial. Assim os investimentos em funcionários, tornam-se mais complexos quando não existem reais vínculos mútuos. Sobre todos os pontos acima se soma a grande tendência de descentralização da força de trabalho, o foco em projetos temporários, a terceirização de trabalhadores em todos os níveis. Com isso o conceito de carreira dentro de uma empresa vem se distanciando da realidade e da tendência do mercado, o que leva-nos de volta a parte da justificativa do ponto. Como se amortiza o investimento em formação se existe grande mobilidade funcional? Ou seja, quem nós treinamos não esta mais aqui, e quem foi contratado precisará ser treinado no mesmo de quem acabou de sair.
Lógico, a forma tradicional será ainda adequado para empresas que também estão no modelo tradicional e não afetadas pela maioria dos pontos acima. Particularmente empresas estatais.
Agora o que não recomendo definitivamente é olhar o jeito convencional de desenvolver como a saída única, simplesmente por questões históricas e de inércia, afinal numa época em que os carros autônomos, híbridos ou voadores se aproximam, o modelo único e com uma só cor como proposto por Ford parece um pouco inadequado, não?
Qual alternativa?
Tem saída sim e modelos novos...
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